Tenho tudo que uma mulher pode ter. Um dom de quem vai oca e volta inteira. Um dom de quem ama tímido e aos baldes. Tenho tudo e nem me cabe tanto. Sou maiúscula.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Ele não sabe, não sabe!
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Eu invento.
JuM.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
É...
domingo, 29 de maio de 2011
36 prestações de saudade:
Saudade é amar um passado que nos machuca no presente. É uma felicidade retardada. É deitar na rede e ficar lembrando das ardentes reconciliações depois de brigas homéricas por motivos desimportantes. Sente-se falta de detalhes, como uma toalha no chão, dias chuvosos, da cor dos olhos. A saudade só não mata porque tem o prazer da tortura.
Saudade é o amor que não foi embora ainda, embora o amado já o tenha feito. Ter saudade é imaginar onde deve estar agora, se ainda gosta de vinho bordeaux, se chorou com a derrota do seu time no campeonato nacional, se tem tratado aquela amigdalite. E quando a saudade não cabe mais no peito, se materializa e transborda pelos olhos.
Sentir saudade é ter a ausência sempre do seu lado. É mudar radicalmente a rotina, comer mais salada e menos sorvete, frequentar lugares esquisitos, ter dias mais compridos, ter tempo para os amigos, para o vizinho e para a iguana do vizinho. A saudade é a inconfortável expectativa de um reencontro.
Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente.
Por que a saudade é o muro de Berlim desmoronado no chão, capaz de agregar opostos, como a tristeza e a felicidade em uma coisa híbrida. Se você tem saudade é sinal que teve na vida momentos de alegria com ela ou ele! No fim das contas, a saudade que agora lhe maltrata nada mais é que uma dívida sendo paga em longas 36 prestações pelo amor usufruído. Agora aguenta.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
O pior dos problemas.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Palavra-chave.
terça-feira, 24 de maio de 2011
E você?
- Eu acho que a beleza das palavras é fundamental. Se você sabe falar no ouvido, no ritmo certo do vento, fazer pausa, criar melodia, você vai se tornar automaticamente bonito. Porque a mulher fecha os olhos para sentir prazer, a voz são os olhos abertos da mulher.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Desabafo.
Eu sempre busquei dar o melhor de mim em tudo o que eu faço. Eu sempre defendi essa coisa de ser extremista, 8 ou 80. Qual é? Eu não tenho vergonha de assumir as coisas e muito menos, de ser quem eu sou. Não costumo pagar as pessoas na mesma moeda, pelo contrário. Se eu fosse o reflexo das coisas ruins que já fizeram comigo, com certeza, eu não estaria aqui agora. Estaria de fato, vagando por esse mundo à fora. Às pessoas gostam e costumam generalizar as coisas. Não e bem assim que a banda toca. Cada um, com seu cada um! Se você dá um tapa na cara de alguém, com certeza é porque você teve algum motivo. Quem sou eu pra te julgar? Eu também já bati e apanhei muito nessa vida. E quer saber, não tenho vergonha de assumir que já fui enganada da maneira mais suja e cruel possível. Já fizeram eu me sentir um NADA, ou até menos que isso. Ok, quem nunca viveu alguma coisa tão mágica, tão intensa durante anos e depois descobriu que tudo não passava de uma grande mentira? Pois bem, se você respondeu que não, pode ficar tranquilo pois uma hora, isso irá acontecer com você. Não tenha medo não, muito pelo contrário! Seja superior e nunca use do mesmo jogo que a pessoa usa com você. Um dia você joga, aposta e ganha. Quando mais se ganha, com mais vontade de jogar você fica. Ai, de repente no dia seguinte, você joga e perde tudo. É como uma roda gigante, uma hora está em cima, outra hora em baixo. Pode rir de mim, pode sair por ai falando que eu sempre fiz tudo errado. Pode inventar coisas ao meu respeito. E pode também, ficar tranquilo porque eu não seria capaz de fazer o mesmo com você. Eu sei, você sabe, os motivos reais. Então pra que me preocupar.. Eu consigo todas as noites deitar no meu travesseiro e dormir em paz. E isso me conforta! Já você, eu não sei. E quer saber mesmo? Pouco me importa. Você não siginifca mais nada pra mim. Melhor que escrever tudo isso, é sentir isso dentro de mim. E principalmente me sentir superior por hoje, ser quem eu sou e chegar aonde eu cheguei, sem nenhum arranhão.
05:05 AM.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Dentro de si.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
Meu orgulho!

quinta-feira, 28 de abril de 2011
Basta esperar.

terça-feira, 26 de abril de 2011
Espera.

Terremoto desconhecido.
Afinal de contas ainda tem muito a ser descoberto.
-
-
terça-feira, 19 de abril de 2011
Labirinto.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Não era pra ser.
"Não era pra ser, não, não.
Não ia rolar! Já tivemos tantas chances
mas ninguém quis se entregar".
♫
Não ia rolar! Já tivemos tantas chances
mas ninguém quis se entregar".
♫
Voz da estrelas.

Quem ouve as estrelas fica tranquilo.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Escolha certa.

terça-feira, 12 de abril de 2011
Descomplique.
Observando o que acontece ao nosso redor, percebo uma carga de preocupação que excede ao problema em si, excede aos fatos, e as tentativas nas quais deveríamos simplesmente planejar e agir. Ou ao menos saber as limitações de cada circunstância, assim como as nossas e aprender a seguir em frente, entendendo de uma vez por todas que muitas vezes as coisas não serão como queremos que elas sejam.
Mais fácil seria se aprendêssemos a descomplicar.
A vida já é complicada o bastante para querer que nós a deixemos ainda mais difícil de carregar e levar conosco. Aliás, a complicação está em querer carregar o mundo nas costas, sendo que pesa e não é necessário. Entendi isso a pouco tempo, e pretendo colocar em prática essas palavras.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Só eu sei.
Eu disfarço muito e quase ninguém percebe. Tem um monte de gente por aí que acha que me conhece o suficiente. Outros tantos acham que sabem o bastante sobre a minha vida. Entra no meu mundinho quem eu deixo. Acho que a gente não deve escancarar a vida, tem coisa que é só nossa e de mais ninguém. Quanto mais a gente dá liberdade para os outros mais eles se sentem no direito de se intrometer e meter o bedelho. Não gosto, pois da minha vida cuido eu. Das minhas coisas só eu sei.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Rio e me sinto mar.

terça-feira, 5 de abril de 2011
Sintonia.

Quem sabe um dia? Quem sabe um dia...
segunda-feira, 4 de abril de 2011
segunda-feira, 28 de março de 2011
Complicando.
Que palpitação diferente no coração. Que sensação incomum na boca do estômago. Não, não estou falando dos "disparos no coração" e das "borboletas no estômago", até porque isso é comum. Falo de outra coisa, que não faz muito sentido e não vem com um sentido próprio. E como muitos dos nossos sentimentos, (na realidade, a maioria deles), esses não vem etiquetados e agrupados em gavetas coloridas, para facilitar na identificação de suas diferentes reações. Esses sentimentos que estou dizendo, apenas surgem, aparecendo do nada e nos fazendo pensar: Afinal, quem é você? E o que faz aqui, dentro de mim? Eu por acaso te convidei para entrar e não me lembro, ou você entrou escondido, sem me avisar? Sinto que não dá para organizar essas sensações intraduzíveis. E mesmo assim, eu que tenho mania de analisar tudo, não deixo isso passar despercebido e sempre complico mais, o que já é naturalmente complicado.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Você, eu.. tanto faz!
Ah, e antes que eu me esqueça, você é sempre você mesma. Não importa a ocasião.
Aceitar é ser feliz.
quarta-feira, 23 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
Borboleta.
Não achei um jeito melhor pra começar esse post. Mas porque borboleta? Porque é assim que eu te vejo. Você sempre sai por aí voando de flor, em flor. Até encontrar aquela que você sinta segurança pra pousar e descançar. Tem vezes que você permanece na pétala por mais tempo. Porém, outras vezes você a deixa e alça vôo. Você costuma ser do tipo constante, sempre vôa em busca daquilo que te fazer sorrir. Ou se entrega completamente aquela florzinha, ou não entrega nada. É linda, colorida e por onde passa, atrai olhares de todos. Uns a admiram pelo dom que você tem de trazer sorrisos e pela facilidade que você tem de alegrar a vida de qualquer um ao seu redor. Confesso que eu também te admiro por isso. Mas, principalmente por você ter asas tão grandes e lindas. Por você não ter medo de voar mundo à fora. Por essa sua coragem, essa força de vontade. Não esquece que antes de virar uma linda borboleta, você era uma lagarta. Precisou passar por um longo ciclo até isso acontecer. Mas chegou aonde você queria estar. Daqui da minha janela, eu posso ver quão alto você chega. E posso ficar horas admirando, de tão belo que é. Não esquece das suas asas, borboleta. Você não precisa que ninguém te carregue no colo. Você sabe voar sozinha. E quando se machucar, finja que é uma flor e deixa que o vento te tire para dançar. Vai continuar voando do mesmo jeito, só que dessa vez, com a ajuda do vento. Nesse caso, pode me chamar de vento. Mesmo que você não me veja, feche os olhos e sinta. Não esquece de todas essas palavras que eu acabei de lhe escrever. Coragem! A vida é muito mais do que a gente imagina. E você, ainda tem muito que voar e trazer alegria a vida de todos que estão perto de ti. Te amo muito minha borboleta!
domingo, 20 de março de 2011
Minha maior paixão.

Dona lagarta.
- Alice no país das maravilhas.
Tudo se revela.

sábado, 19 de março de 2011
Só uma multidão de amores:

Eles não estavam trocando juras de amor, não andavam de mãos dadas, nem se chamavam por nomes infantis. Não tinha pieguice romântica ali. Mas foi a cena mais doce que eu vi: dois olhares se encontrando. Não só se encontrando: se confortando, se sabendo, se completando. Eu notei que eles eram algo além de amigos, que se desejavam e se protegiam, e foi só pela cumplicidade dos olhos, que deixavam de ser dois e se enlaçavam quatro.
Eu quis então ter um olhar pra mim. Não alguém pra chamar de meu, como diz o clichê, como grita a conveniência, mas um olhar que fosse meu por puro encaixe. Foi um pouco de inveja, talvez. Eu soube naquelas duas pessoas que elas não se sentiam sozinhas ou perdidas. Que mesmo depois de um dia cheio e chato, tinham uma certeza de carinho. E eu quis. Quis algo além da rotina do trabalho e gente fabricada com seus narizes perfeitos e cabelos penteados. Quis algo certo como o frio na barriga e a respiração travada, o coração esquecendo de bater. Quis algo errado que me fizesse bem só por escapar do caminho óbvio de toda noite. Uma espera no fim do dia, sabe? Essa espera. Não a espera de uma vida toda sem saber o que buscar pra ser feliz. Só sair do dia igual pra ter uma noite diferente. E tornar esse diferente comum só porque é bom estar perto.
Todo o amor que eu sufoquei por excesso de razão agora grita, escapa, transborda. Estou só numa multidão de amores, assim como Dylan Thomas, assim como Maysa, assim como milhões de pessoas; assim como a multidão de amores está só, em si. Demonstro minha fragilidade, meu desamparo. Eu não procuro alguém pra pentencer e ter posse, só quero uma fonte segura de amor que não dependa das obrigações, das falas decoradas, dos scripts prontos. Eu sei que eu abri mão de várias oportunidades. Sei que fiz pouco caso do amor que me entregaram de maneira pura e gratuita, só porque eu achava que podia encontrar coisa melhor. Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida.
Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer "Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal." E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem.
Eu não quero viver como se sobrevivesse a cada dia que passo sozinha. Não quero andar como se procurasse meu complemento em cada olhar vago. Eu acho que mereço mais que isso por tudo o que eu sei que posso fazer por alguém. E fico só esperando, na surpresa do dia que eu desencanar de esperar, um par de olhos que me faça ficar sem nenhuma palavra, nada além de dois olhos se enlaçando quatro. Nessa multidão de amores, sozinho é aquele que não espera.
Eu quis então ter um olhar pra mim. Não alguém pra chamar de meu, como diz o clichê, como grita a conveniência, mas um olhar que fosse meu por puro encaixe. Foi um pouco de inveja, talvez. Eu soube naquelas duas pessoas que elas não se sentiam sozinhas ou perdidas. Que mesmo depois de um dia cheio e chato, tinham uma certeza de carinho. E eu quis. Quis algo além da rotina do trabalho e gente fabricada com seus narizes perfeitos e cabelos penteados. Quis algo certo como o frio na barriga e a respiração travada, o coração esquecendo de bater. Quis algo errado que me fizesse bem só por escapar do caminho óbvio de toda noite. Uma espera no fim do dia, sabe? Essa espera. Não a espera de uma vida toda sem saber o que buscar pra ser feliz. Só sair do dia igual pra ter uma noite diferente. E tornar esse diferente comum só porque é bom estar perto.
Todo o amor que eu sufoquei por excesso de razão agora grita, escapa, transborda. Estou só numa multidão de amores, assim como Dylan Thomas, assim como Maysa, assim como milhões de pessoas; assim como a multidão de amores está só, em si. Demonstro minha fragilidade, meu desamparo. Eu não procuro alguém pra pentencer e ter posse, só quero uma fonte segura de amor que não dependa das obrigações, das falas decoradas, dos scripts prontos. Eu sei que eu abri mão de várias oportunidades. Sei que fiz pouco caso do amor que me entregaram de maneira pura e gratuita, só porque eu achava que podia encontrar coisa melhor. Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida.
Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer "Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal." E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem.
Eu não quero viver como se sobrevivesse a cada dia que passo sozinha. Não quero andar como se procurasse meu complemento em cada olhar vago. Eu acho que mereço mais que isso por tudo o que eu sei que posso fazer por alguém. E fico só esperando, na surpresa do dia que eu desencanar de esperar, um par de olhos que me faça ficar sem nenhuma palavra, nada além de dois olhos se enlaçando quatro. Nessa multidão de amores, sozinho é aquele que não espera.
quinta-feira, 17 de março de 2011
"X" da questão.
Depois que você me ensinou a sorrir, eu nunca mais quis parar!
As irônias que a vida nos proporciona.

Irônico não? Não querer o fim, mas estar ansiosa e a espera do amanhã.
Pois é, esse filme é justamente sobre isso: As irônias que a vida nos proporciona.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
É necessário.
"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar os momentos e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver".
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
17/02/2011.
20:38 pm.
ela: como você pode ter tanta certeza assim?
e mais uma vez, ela ficou sem saber o que dizer.
ela: como você pode ter tanta certeza assim?
ele: meu coração dispara, eu fico louco pra sentir sua pele, sentir seu cheiro. quero saber como foi seu dia, mesmo sem prestar muita atenção, mas só ouvir tua voz, olhar teu sorriso, te beijar... principalmente te beijar! pois, de todos os beijos, o mais gostoso, pra mim, foi o seu! eu não consigo comparar nehuma boca que eu já beijei com a sua. e o fato de eu ficar sempre pensando em você! e dessa vez, depois que começamos a nos falar mais, de uma intensidade maior, eu passo o dia tentando imaginar o que você estaria fazendo.. eu quero saber mais sobre você e, não sei porque, me dá uma sede de ti. uma vontade de ficar ao seu lado, entre tantas outras coisas. é como se eu me apaixonasse por você a cada dia que falo contigo.. se isso não é amor, me diz o que é, então?
e mais uma vez, ela ficou sem saber o que dizer.
Para aquela que é pra sempre.

Eu estava aqui, lendo umas cartas antigas e pensando no tempo. É tão inevitável que ele passe, que ele fuja da gente assim, sem nem perguntar se nós concordamos com as implicações disso tudo. Eu esqueço de lembrar, assim não parece tão longe e tão forte. Mas dá uma saudade imensa daquela época em que a gente voltou a se falar e passava duas horas no telefone fazendo listas, sofrendo por causa de garotos (você consegue imaginar que os amores das nossas vidas tinham entre 13 e 15 anos?), que eu ia na sua casa pra passar a semana, sem me preocupar com o fim das férias (que agora praticamente não existem), sem medo de não ter destino nenhum, sem a obrigação de planejar um futuro... Ah, a gente sofria por que mesmo? Tenho saudade até das pequenas coisinhas. De ir dormir na sua casa e passar a madrugada conversando, "falando água". De falar sobre nossos medos - que eram tão diferentes e tão parecidos - com conselhos e compreensões, com brigadeiro, pão de queijo, doces ou qualquer outra coisa indigesta demais para as quatro da manhã. De você inventando histórias sobre como eu conheceria o homem da minha vida (e eu sempre te interrompia, porque você gostava de histórias em que eu era atropelada). De não ter que ir embora correndo no dia seguinte. Saudades de ficar na piscina e de você tirando mil fotos que eu saia de plano de fundo, sempre fazendo careta por não ter mais caras pra sair em fotos... Ou de tentar cantar as músicas que milagrosamente estavam no nosso tom, de passar frio no seu quintal e te dar broncas por se iludir tão fácil com a internet. Faz falta demais. Não só porque o tempo passou e nossas agendas parecem cheias demais pra se encaixar um prazer, mas porque nós mudamos muito. Aquelas duas meninas já não existem. Elas não têm espaço nesse mundo sujo, só cabem na lembrança colorida e leve, nas brincadeiras que inventavamos outro dia pelas ruas da minha casa. Há um tempo atrás me culpei imensamente pela sua crise. Você estava mal e eu tinha parte da culpa, sim. Eu sabia que você podia ser salva, porque aquela mesma voz que se dizia fraca contra os seus próprios desejos, naqueles olhos que sofriam por erros impulsivos, eu via uma criança que pulava o muro da minha casa pra brincar escondida da empregada. Eu via a menininha que se dizia sonâmbula pra me assustar de noite, minha companheira de loucuras infantis e sonhos. Eu sempre soube que você e essa menina eram a mesma pessoa, e me afastar foi o pior que eu fiz. Depois resolvi me compensar. Que tipo de amiga eu seria se não insistisse até encontrar o lugar onde você estava escondida? Tenho tentado ser melhor sempre, porque eu sei que você merece. Eu gosto de te ouvir falar e de saber que o que você me diz é exclusivo. Porque você, é cercada por amigos que te idolatram e querem saber tudo sobre você. Mas tanto tempo de convívio me trouxe certa prioridade que eu valorizo muito. Gosto também de quando falo, porque por mais que você não entenda, me apoia. Você me dá esperanças nas minhas paixões platônicas e na vida que eu levo cabeça a dentro. Aliás, essa é a nossa maior diferença: você pensa sobre o que você vive, e eu vivo sobre o que eu penso. Somos opostas e ainda assim nos compreendemos. Saio de casa e o cenário está todo lá: as árvores onde a gente subia, a casa que jurávamos assombrada, os muros que agora parecem altos, nosso eterno refúgio de criança que guarda as marcas da infância. Crescemos, sim. Mudamos, sim. São mais de dez anos ao seu lado, e como você mesma disse, eu nem lembro do mundo antes de conhecer você. Serão mais tantos anos, tantas histórias. Seremos velhinhas finas, tatuadas e moderninhas, teremos casas vizinhas, jamais perderemos a loucura de mulheres neuróticas pelas madrugadas insones. Amigas são para sempre. Você é para sempre. Não se perca de novo, por favor. Não se afaste mais de mim. Mas se um dia isso acontecer, pode ter certeza: Pararei meu mundo só pra te buscar.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Laço.

Espero..

Eu desejo que desejes:

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Novo.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Escrever, é esquecer.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Prece.
A menina que queria morar na Lua.
Aparentemente era uma garota qualquer, mas só ela sabia o quanto não conseguia se adequar ao mesmo mundo que todos viviam. De certa forma, sempre soube ou pelo menos supôs que pudesse haver outro lugar, outro planeta, ou nesse caso, outro satélite, que satisfizessem seus sonhos planejados, idealizados, porém inacabados, por falta de um chão diferente desse que ela costumava pisar. Sonhar era o que ela mais costumava fazer. Sonhava dormindo, acordada, enquanto lia, ouvia suas canções preferidas, quando não tinha nada pra fazer e até mesmo quando tinha. Esse foi o modo que a garota encontrou de se sintonizar com um mundo que a fazia sentir-se livre, que a compreendia, ao mesmo tempo em que fazia sentido para ela também. Depois de encontrar esse lugar, ela entendeu que não precisava de muito além disso, pelo menos não aqui, onde tudo era tão complicado. Aquele era seu mundo secreto, onde tudo que ela precisava, que de certa forma não era muito, existia e estava a disposição da sua imaginação. E imaginar era tudo que ela mais amava fazer. Cada vez ela sonhava mais alto, entre cem andares, ela desejava estar no cento e um. E isso lhe fascinava, era o seu poder mágico, seu pó de pirlimpimpim, sua válvula de escape. E as pessoas não entendiam porque ela era tão introspectiva, achavam que ela estivesse sempre triste e para as poucas pessoas que ela tentou explicar sobre seu mundo, elas não a compreendiam. Mas na verdade ela nunca quis que compreendessem realmente. A diversão para ela, era que fizesse sentido em sua cabeça e isso lhe bastava.
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