sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MAIÚSCULA.

Tenho tudo que uma mulher pode ter. Um dom de quem vai oca e volta inteira. Um dom de quem ama tímido e aos baldes. Tenho tudo e nem me cabe tanto. Sou maiúscula.

Ele não sabe, não sabe!

Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Antonie de Saint-Exupéry.

Então você descobre que o sentimento já não é mais o mesmo. Mais está ali, ora bolas!! Eu estou lendo, você também está lendo. Assim como ficou gravado no papel, também ficou no meu coração. Só que em forma de ferida. Aquela bem profunda, mas que o tempo com toda sua calma, cicatrizou.

Eu me encontrei..

Eu me encontrei no momento que aprendi a escrever, eu me encontrei. Era o lugar onde eu podia fugir e ao mesmo tempo me achar.

Pro dia nascer feliz.

; dormir.

Eu invento.

A gente vive buscando, inventando algo. A gente inventa sorrisos, inventa cores, inventa uma paixão, inventa uma ilusão. A gente busca e acaba se agarrando naquilo que nos faz bem. Agimos algumas vezes sem pensar e inventamos uma desculpa esfarrapada. Nós sentimos, nos importamos e inventamos sempre, que não estamos nem aí. A gente inventa um motivo pra ser feliz, pra amar. A gente inventa um lugar, uma música, um tom. A gente inventa uma aquarela e pinta a vida da cor que a gente quer. A gente inventa moda, e se sente dentro do velho dito popular tão clichê. A verdade é que a gente vive inventando uma forma de se desprender daquilo, que supostamente inventamos. Eu invento, você inventa, todo mundo inventa algo dentro, ou fora de si.
JuM.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

É...

Eu tenho tanto na cabeça e está sendo tão difícil de encontrar um modo de externar tudo isso em palavras. Não me faltam pensamentos, aliás, eles sobram, quase transbordam, alguns são bons, outros nem tanto. Mas a maior agonia é a de não conseguir falar a respeito de tudo que penso. É como se houvesse um bloqueio, que me impede, querendo me proteger de que saibam o que estou sentindo, pensando e querendo dizer. Mesmo assim eu teimo em procurar as palavras, mesmo quando vejo que elas fogem de mim.

domingo, 29 de maio de 2011

36 prestações de saudade:

Dizem que tudo na vida tem dois lados. Um bom e outro ruim. Depende nos olhos de quem está a pimenta. Mas se tem algo realmente ambiguo para uma única alma é um troço chamado saudade. Com ou sem pimenta nos olhos. O dito popular é quem melhor traduz a dualidade de uma saudade quando diz que esta é a maior prova de que o amor valeu a pena. Então sentir a falta é bom. E ruim. Em todos os pontos de vista. Vai entender...

Saudade é amar um passado que nos machuca no presente. É uma felicidade retardada. É deitar na rede e ficar lembrando das ardentes reconciliações depois de brigas homéricas por motivos desimportantes. Sente-se falta de detalhes, como uma toalha no chão, dias chuvosos, da cor dos olhos. A saudade só não mata porque tem o prazer da tortura.

Saudade é o amor que não foi embora ainda, embora o amado já o tenha feito. Ter saudade é imaginar onde deve estar agora, se ainda gosta de vinho bordeaux, se chorou com a derrota do seu time no campeonato nacional, se tem tratado aquela amigdalite. E quando a saudade não cabe mais no peito, se materializa e transborda pelos olhos.

Sentir saudade é ter a ausência sempre do seu lado. É mudar radicalmente a rotina, comer mais salada e menos sorvete, frequentar lugares esquisitos, ter dias mais compridos, ter tempo para os amigos, para o vizinho e para a iguana do vizinho. A saudade é a inconfortável expectativa de um reencontro.

Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente.

Por que a saudade é o muro de Berlim desmoronado no chão, capaz de agregar opostos, como a tristeza e a felicidade em uma coisa híbrida. Se você tem saudade é sinal que teve na vida momentos de alegria com ela ou ele! No fim das contas, a saudade que agora lhe maltrata nada mais é que uma dívida sendo paga em longas 36 prestações pelo amor usufruído. Agora aguenta.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Cadê?

Cadê a sua personalidade? Sua criatividade? Ah, desculpa! Esqueci que você é desprovida disso.

O pior dos problemas.

Sobra em machismo, hipocrisia e falta em liberdade, personalidade e confiança. Falta tanta coisa útil, digna e fundamental ao ser humano e sobram em problemas, defeitos e costumes errados de algo que poderia vir a ser corrigido, se não fosse a mentalidade tão pequena e mesquinha dos homens e da cultura que estamos habituados a ver e ouvir. Fechamos nossos olhos, porque preferimos nos cegar a ver o que está acontecendo ao nosso redor e não é por aí, está errado! Dessa forma estúpida, além de não colaborarmos, é como se estivéssemos aceitando tudo isso, mesmo não tomando partido algum. É como se de alguma forma, achássemos que está certo, mesmo quando sabemos que não está. E o que fazemos para mudar toda essa falta de visão e de amplitude dela? Absolutamente nada. Ou pior, reclamamos, criticamos, apontamos os defeitos, sem olhar os nossos próprios erros e o principal, a solução de todos eles. A única vantagem de podermos abrir os olhos para enxergar os problemas, é justamente a possibilidade de conseguirmos ver além, o que é necessário ser feito e fazermos isso. O comodismo é o pior dos problemas, porque ele nos limita, nos cega, nos trai, fazendo de nós algo que não queremos ser, algo que sabemos que não é certo, mas como não saímos do lugar, não evoluímos, nem crescemos, ao contrário disso tudo, apodrecemos secos, frios e vazios.