quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Esperança.

Deitada na grama, o céu empoeirado de estrelas. Passei o dedo e - curioso - algumas vieram grudadas na ponta. Olhei para cima e assoprei. Foi tanta estrela caindo que agora eu mal consigo enxergar de tanta esperança.

É necessário.

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar os momentos e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver".

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

17/02/2011.

20:38 pm.
ela:
como você pode ter tanta certeza assim?

ele: meu coração dispara, eu fico louco pra sentir sua pele, sentir seu cheiro. quero saber como foi seu dia, mesmo sem prestar muita atenção, mas só ouvir tua voz, olhar teu sorriso, te beijar... principalmente te beijar! pois, de todos os beijos, o mais gostoso, pra mim, foi o seu! eu não consigo comparar nehuma boca que eu já beijei com a sua. e o fato de eu ficar sempre pensando em você! e dessa vez, depois que começamos a nos falar mais, de uma intensidade maior, eu passo o dia tentando imaginar o que você estaria fazendo.. eu quero saber mais sobre você e, não sei porque, me dá uma sede de ti. uma vontade de ficar ao seu lado, entre tantas outras coisas. é como se eu me apaixonasse por você a cada dia que falo contigo.. se isso não é amor, me diz o que é, então?

e mais uma vez, ela ficou sem saber o que dizer.


Para aquela que é pra sempre.

Eu estava aqui, lendo umas cartas antigas e pensando no tempo. É tão inevitável que ele passe, que ele fuja da gente assim, sem nem perguntar se nós concordamos com as implicações disso tudo. Eu esqueço de lembrar, assim não parece tão longe e tão forte. Mas dá uma saudade imensa daquela época em que a gente voltou a se falar e passava duas horas no telefone fazendo listas, sofrendo por causa de garotos (você consegue imaginar que os amores das nossas vidas tinham entre 13 e 15 anos?), que eu ia na sua casa pra passar a semana, sem me preocupar com o fim das férias (que agora praticamente não existem), sem medo de não ter destino nenhum, sem a obrigação de planejar um futuro... Ah, a gente sofria por que mesmo? Tenho saudade até das pequenas coisinhas. De ir dormir na sua casa e passar a madrugada conversando, "falando água". De falar sobre nossos medos - que eram tão diferentes e tão parecidos - com conselhos e compreensões, com brigadeiro, pão de queijo, doces ou qualquer outra coisa indigesta demais para as quatro da manhã. De você inventando histórias sobre como eu conheceria o homem da minha vida (e eu sempre te interrompia, porque você gostava de histórias em que eu era atropelada). De não ter que ir embora correndo no dia seguinte. Saudades de ficar na piscina e de você tirando mil fotos que eu saia de plano de fundo, sempre fazendo careta por não ter mais caras pra sair em fotos... Ou de tentar cantar as músicas que milagrosamente estavam no nosso tom, de passar frio no seu quintal e te dar broncas por se iludir tão fácil com a internet. Faz falta demais. Não só porque o tempo passou e nossas agendas parecem cheias demais pra se encaixar um prazer, mas porque nós mudamos muito. Aquelas duas meninas já não existem. Elas não têm espaço nesse mundo sujo, só cabem na lembrança colorida e leve, nas brincadeiras que inventavamos outro dia pelas ruas da minha casa. Há um tempo atrás me culpei imensamente pela sua crise. Você estava mal e eu tinha parte da culpa, sim. Eu sabia que você podia ser salva, porque aquela mesma voz que se dizia fraca contra os seus próprios desejos, naqueles olhos que sofriam por erros impulsivos, eu via uma criança que pulava o muro da minha casa pra brincar escondida da empregada. Eu via a menininha que se dizia sonâmbula pra me assustar de noite, minha companheira de loucuras infantis e sonhos. Eu sempre soube que você e essa menina eram a mesma pessoa, e me afastar foi o pior que eu fiz. Depois resolvi me compensar. Que tipo de amiga eu seria se não insistisse até encontrar o lugar onde você estava escondida? Tenho tentado ser melhor sempre, porque eu sei que você merece. Eu gosto de te ouvir falar e de saber que o que você me diz é exclusivo. Porque você, é cercada por amigos que te idolatram e querem saber tudo sobre você. Mas tanto tempo de convívio me trouxe certa prioridade que eu valorizo muito. Gosto também de quando falo, porque por mais que você não entenda, me apoia. Você me dá esperanças nas minhas paixões platônicas e na vida que eu levo cabeça a dentro. Aliás, essa é a nossa maior diferença: você pensa sobre o que você vive, e eu vivo sobre o que eu penso. Somos opostas e ainda assim nos compreendemos. Saio de casa e o cenário está todo lá: as árvores onde a gente subia, a casa que jurávamos assombrada, os muros que agora parecem altos, nosso eterno refúgio de criança que guarda as marcas da infância. Crescemos, sim. Mudamos, sim. São mais de dez anos ao seu lado, e como você mesma disse, eu nem lembro do mundo antes de conhecer você. Serão mais tantos anos, tantas histórias. Seremos velhinhas finas, tatuadas e moderninhas, teremos casas vizinhas, jamais perderemos a loucura de mulheres neuróticas pelas madrugadas insones. Amigas são para sempre. Você é para sempre. Não se perca de novo, por favor. Não se afaste mais de mim. Mas se um dia isso acontecer, pode ter certeza: Pararei meu mundo só pra te buscar.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Laço.

Meu Deus! Como é engraçado! Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço.. uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço. É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço. É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço. E quando puxo uma ponta, o que é que acontece? Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço. Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido. E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço. Ah! Então, é assim o amor, a amizade. Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga então se diz: romperam-se os laços. E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço. Então o amor e a amizade são isso... Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.

Espero..

Espero que você possa aceitar as coisas como elas são, sem pensar que tudo conspira contra você, porque parte de nós é entendimento.. mas, a outra parte é aprendizado. Que você possa ter forças para vencer todos os seus medos e que, no final, possa alcançar todos os seus objetivos porque, parte de nós é cansaço.. mas, a outra parte é vontade. Que tudo aquilo que você vê e escuta possa lhe trazer conhecimento, que essa escola possa ser longa e feliz porque parte de nós é o que vivemos.. mas, a outra parte é o que esperamos. Que você possa aprender a perder sem se sentir derrotado, que isso possa fazer você cada vez mais guerreiro.. porque parte de nós é o que temos.. mas, a outra parte é sonho. Que durante a sua vida você possa construir sentimentos verdadeiros, que você possa aceitar que só quem soube da sombra, pode saber da luz.. porque parte de nós é angústia.. mas, a outra parte é conforto. Que você nunca deixe de acreditar, que nunca perca sua fé.. porque parte de Deus é amor e a outra parte também!

Eu desejo que desejes:

Eu desejo que desejes ser feliz de um modo possível e rápido, desejo que desejes uma via expressa rumo a realizações não utópicas, mas viáveis, que desejes coisas simples como um suco gelado, depois de correr ou um abraço ao chegar em casa, desejo que desejes com discernimento e com alvos bem mirados. Mas desejo também que desejes com audácia, que desejes uns sonhos descabidos e que ao sabê-los impossíveis não os leve em grande consideração, mas os mantenha acesos, livres de frustração, desejes com fantasia e atrevimento, estando alerta para as casualidades e os milagres, para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos. Desejo que desejes trabalhar melhor, que desejes amar com menos amarras, que desejes parar de fumar, que desejes viajar para bem longe e desejes voltar para teu canto, desejo que desejes crescer, e que desejes o choro e o silêncio, através deles somos puxados pra dentro, eu desejo que desejes ter a coragem de se enxergar mais nitidamente. Mas desejo também que desejes uma alegria incontida, que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos, basta que sejam bons parceiros de esporte e de mesas de bar, que desejes o bar tanto quanto a igreja, mas que o desejo pelo encontro seja sincero, que desejes escutar as histórias dos outros, que desejes acreditar nelas e desacreditar também, faz parte este ir-e-vir de certezas e incertezas, que desejes não ter tantos desejos concretos, que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas. Desejo que desejes alguma mudança, uma mudança que seja necessária e que ela não te pese na alma, mudanças são temidas, mas não há outro combustível para essa travessia. Desejo que desejes um ano inteiro de muitos meses bem fechados, que nada fique por fazer, e desejo, principalmente, que desejes desejar, que te permitas desejar, pois o desejo é vigoroso e gratuito, o desejo é inocente, não reprima teus pedidos ocultos, desejo que desejes vitórias, romances, diagnósticos favoráveis, mais dinheiro e sentimentos vários, mas desejo, antes de tudo, que desejes, simplesmente.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Novo.

Houve uma época em que eu tinha a mania de reclamar mais das pessoas, na mesma proporção que as analisava mais, avaliando erros, defeitos, problemas, que apenas por observar poderiam ser evitados por mim no futuro. Mas agora me tornei mais preguiçosa e me cansei de avaliar as pessoas. Com isso, acabei me focando mais em mim, e foi aí que percebi que muitas vezes me faltam palavras pra descrever o que sinto, ou o que vivo. Perco facilmente a linha de raciocínio para o acaso e para as ironias que acabaram surgindo na minha vida, que até então não tinham muitos acontecimentos pessoais a serem redigidos, pelo menos não na vida real, mas que agora deu um giro de 360, desestabilizando tudo que existia. Então pensei: Se a vida quer fazer o acaso tomar conta de tudo, tornando isso aqui tão diferente, por que não ajudá-la e apoiá-la? Afinal esse gostinho de "novo" me faz tão bem.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Escrever, é esquecer.

Escrevo porque quero e preciso libertar e externar essas palavras desorganizadas que tenho dentro de mim, para que assim, redigindo-as eu consiga encontrar o sentido que lhes faltam quando ainda estão aqui dentro. Escrevo, mesmo que de forma totalmente mal acabada, para tentar suprir minha necessidade de desabafar o que por mim é visto, sentido e vivido. É uma forma que encontrei para tentar guardar ou esquecer situações das quais estão todas conectas e interligadas dentro de mim, e dessa forma consigo organizar parte delas, do lado de fora.