sábado, 29 de maio de 2010

Sem limite.

Eu não entendo como você consegue dormir. Como todos conseguem dormir. Eu escuto o barulho da chuva, os ponteiros do relógio se arrastando. Eu me destraio com o medo. As minhas noites são parte de uma rotina que aparece quando o sol se esconde. Cada vez que me deito peço a mesma coisa: peço que não seja dia, que pra essa alma não exista amanhã. Então eu me lembro que vivo exposta a perigos, e me pergunto se não seria o destino quem me protege deles. Porque eu penso em liberdade, penso no ar. Em voar no ar. O meu fim é o céu, é a eternidade.
Ju moura.

Não sei,

mas neste momento tudo me parece estranho, como se este não fosse o meu lugar. Eu é que estou deslocada. E o pior é que sinto que pertenço a algum lugar, mas não consigo descobrir qual é.
Ju moura.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Sua hora vai chegar.

Deve haver um limite. Afinal, um coração oco continua a pulsar, não é mesmo. Hoje tem um gosto amargo em minha boca, mas passa. O céu estava lindo, branquinho e o vento cortava o meu rosto. Tenho pensado em muitas coisas que quero para mim, estou tentando traçar um objetivo de vida, algum ideal. Eu estive muito perto do precipício, mas chegou a hora de viver pra dentro. Eu tenho uma vida cheia de vontades e saudade. Não posso pensar em desistir agora. Vamos lá Juliane, coloque um sorriso no rosto e controle-se, tudo vai ficar bem.

Se tem uma coisa que me fascina, são estrelas.
Ju moura.

Nem tente ..

Uma boa prova de que a vida é muito louca e cheia de sinais é quando a pessoa mais improvável da face da terra diz alguma coisa que nos atinge como uma porrada na cara e nos coloca pra pensar, de joelhos e tudo! Isso aconteceu comigo esses tempos, e confesso que não foi lá muito agradável. Primeiro, vem o choque. “Quem ele pensa que é?”. Depois, a luz no fim do túnel. “E não é que ele tinha razão?”. Os descaminhos necessários até que a gente descubra algo impensável sobre a nossa alma são bonitos. Tortuosos, mas bonitos. E, nesses escorregões em direção a alguma verdade interior, dessas verdades bonitinhas e ordinárias, você pode embrutecer ou amolecer. Eu amoleci. Ou melhor, estou tentando amolecer. Optar por ser explorador de si mesmo é um bom indício. De novos rumos, encontros, pessoas. Não dá pra fugir de si mesmo. Nem tente.

sábado, 15 de maio de 2010

Vazio.

E se eu encontrasse um outro colo, como você se sentiria? Iria me procurar e dizer que ele não é perfeito pra mim? O que você faria se soubesse que eu não te amo mais? Ficaria louco? Me procuraria? O que você faria? Então eu decidi ser sozinha, encontrar um outro alguém nem pensar, prefiro o vazio, ele me aquece mais.
Ju moura.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Simples assim!

Esqueça o passado. Jogue fora tudo o que não presta, tudo o que te faz mal. Esqueça das mágoas, das mentiras, das dores. Pratique o desapego por tudo aquilo que hoje, já não tem mais valor. Aprenda que a vida não pára e o tempo voa. Não perca tempo com pouca coisa e não deixe que ninguém lhe diga que você não pode, porque poder depende de si mesmo. Sim, querer é poder! Basta ter força de vontade e lutar por aquilo que se deseja. Procure não me julgar e nem querer saber quem eu sou, porque sinceramente nem eu sei. A única coisa que eu posso dizer é que eu sou a vanucci quando eu quero colo, sou a ohana quando quero conselho, sou a thaís quando quero um abraço. Sou também a gabi quando eu quero chorar, e a keise quando eu quero sorrir. Eu sou tudo aquilo que me faz ter vontade de seguir em frente. Eu gosto do que é simples e difícil. O que vem fácil demais, automaticamente vai mais fácil ainda. O que não me acrescenta, não faz a mínima falta.
Ju moura.

Eu já descobri, e você?

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Hoje, só pra lembrar ..

A senhora me desculpe, mas no momento não tenho muita certeza. Quer dizer, eu sei quem eu era quando acordei hoje de manhã, mas já mudei uma porção de vezes desde que isso aconteceu. (...) receio que não possa me explicar, Dona Lagarta, porque é justamente aí que está o problema. Posso explicar uma porção de coisas, mas não posso explicar a mim mesma.
- Alice no país das maravilhas.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Me perdi.

Invento uma imagem para me caracterizar, aquela como a de um desenho animado com um balãozinho de pensamento em cima da cabeça e, subitamente, aproxima-se outro desenho animado e pica-lhe o balão de pensamento e puff! Eu sou o balãozinho. Sou igual, de todas as formas. Procurei-me e não me encontrei. Não sei onde fui, não avisei a ninguém. Fugi, sem nunca me apresentar, sem me dar a conhecer. Sem dizer quem ou como sou. Ou o que quero. Não me apresentei e fugi. E me procurei por muito tempo e não me encontrei.
Me perdi de mim.